Viajar a trabalho depois q minha filha nasceu se tornou uma coisa bem pouco prazerosa. Faço pq preciso, aproveito como dá, mas conto os dias para voltar pra casa. E agora q ela esta maiorzinha, ela tb...da maneira dela, conta os dias ;)
Quero registrar minha long journey back home – pq foram momentos onde eu estava literalmente contando as horas para chegar em casa – e entao, abraçar e beijar minha filhotinha muito muito muito!
Meu ultimo dia no evento foi ontem, sexta feira. As 7h00 em ponto eu pulei da cama do hotel e corri pro chuveiro…ainda tinha q fechar minhas malas – o q significaria sentar em cima delas depois de ter q acomodar as tranqueiras q comprei. Eu sempre levo tempo com estas finalizações de malas pq quero ter certeza q em viagens longas terei tudo q preciso na minha mala de bordo, entao tentei ser bem eficiente no uso do meu tempo mesmo estando ainda vesga de sono – incluindo na eficiência não esquecer nadinha no hotel J
7h00 da manha em Dublin, 3h00 da manha em SP. Eu estava tao animada pra ir pra casa q nem quis fazer muito as contas do tempo q levaria pois eu já sabia q teria q esperar 5h em Paris no CDG para embarcar pra SP...Mas meu relógio de pulso continuava desde o primeiro dia mostrando apenas o horário de casa...
Pulei o café da manha no hotel e tomei um toddynho no caminho pro escritório – carregando todo meu arsenal: mala com 23kgs, mochila com rodinha carregando o laptop e um duende enoooooorme q prometi pra gatinha (socado ao máximo rs), fonte do laptop, guarda-chuva (imprescindível rsss), minha bolsa contendo tudo q preciso pra passar a noite no avião e duas jaquetas amarradas a cintura, meu travesseirinho de massagem pendurado na bolsa, enfim, eu parecia uma retirante em mudança e não alguém q voltava de mais uma semana de viagem a Irlanda.
Já na descida pra fechar minha conta do hotel eu percebi q carregar tudo isso seria trabalhoso! Encontrei alguns colegas no lobby do hotel q tb aguardavam nosso transporte. Chovia de novo (sei, dizer q chovia em Dublin é ser realmente redundante...mas esta semana atípica isso só aconteceu 2 vezes). Eu corri com minhas tralhas pra shuttle q nos levaria para o escritório e tive entao certeza de q eu tinha coisa demais pra carregar J
Chegamos lá pontualmente as 8h30 e até as 11h00 fizemos a parte final do encontro anual, wrap-up, etc. As 11h15 entao estávamos liberados. Algumas pessoas tinham voo para após o almoço entao chamamos um taxi grande e fomos em 4 para lá. Eu tomaria o mesmo voo q meu colega da França entao combinamos de almoçar lá no aeroporto mesmo enquanto aguardávamos.
Despachar aquela mala enorme foi um alivio, mas depois de 10 minutos a menor e a bolsa já me incomodavam o suficiente J Almoçamos e eu passei batido pelo free shop de lá pq simplesmente não tinha nenhum espaço na minha suficientemente pesada bagagem de ‘mão’. Queria eu q fosse só a mão q estivesse doendo...a esta altura os ombros, os braços, as costas e as pernas já pediam uma trégua tb...
Peguei o voo para Paris as 14h50 em Dublin e 2h depois estava desembarcando feliz em Paris. Feliz pq já tinha pulado mais uma etapa...mas frustrada pelas horas de espera. Eu procurei em vão a sala vip q tenho direito, passei duas vezes pela segurança (tirando sapato, laptop, jaqueta, whatever else possible) em cada uma das vezes...e mesmo assim não achei! Tentei me informar varias vezes com as pessoas q trabalham no aeroporto sobre os serviços q li na web no site do CDG do tipo manicure, cabelereiro, massagem, enfim...varias coisas q ficam espalhadas pelos terminais e ajudariam a matar meu tempo. Todos eles no entanto, apesar de falar inglês pareciam não entender nenhuma palavra do q eu dizia, pois sempre me pediam o cartão de embarque e me diziam para ir pro terminal F (q eu já sabia muito bem...mas de onde meu voo só sairia as 23h30!!!). Depois de me cansar de dizer q não queria ir pra lá, queria saber onde estava o serviço x, y, z...desisti... fui pra lá!
Pra minha surpresa ao chegar no terminal F haviam algumas opções simplificadas dos serviços, entao lá fui eu....andar pra lá e pra cá e procurar. Fiquei impressionada com o banheiro feminino...todo fashion, limpíssimo, com a tampa da privada rosa choque, decoração com papel de parede com ilustrações super bonitas! Bom, depois do tour ao toalete, encontrei um quiosque de quick massage e q fazia a unha tb entre outros serviços. Qdo eu ainda estava comemorando o achado a mocinha me disse em inglês q o turno dela havia terminado e q eu deveria esperar a colega dela chegar...em uns 10 minutos. Blz. 15 minutos depois chego lá e tudo fechado! Espiei, espiei e aí uma moça se aproxima vindo de fora do quiosque com uma camiseta q mostrava q ‘ela’ devia ser a tal ‘colega’. Disse q queria fazer a unha e uma massagem e ela começou a falar em francês e obviamente só entendi o ‘je’ ....rsss Uma recepcionista da air france por perto nos ajudou e traduziu ‘ela vai tirar uma folga agora de 20 minutos e volta’ – q raio de turno é este q quem assume já assume em ‘pausa’? Bem...quem administra isso é a mesma pessoa q coloca alguém q não fala inglês pra fazer atendimentos em um aeroporto internacional J
Mas minha persistência era maior (e meu tempo livro entao...rss) voltei depois de 20 minutos e a moça me deu um papel onde havia a esquerda o texto em francês e a direita em inglês. Feito. Pedi 20 minutos de massagem e pensei – ah, vou até dormir! – e a unha!
Qdo ela começou a fazer a minha unha (em estado deplorável, porem lixada) tudo me parecia mais ou menos normal. Já sei q em diversos países não existe o habito – bem pouco saudável porem esteticamente com resultados incomparáveis – q nos brasileiras temos de tirar as cutículas. Entao qdo vi a espátula pensei – blz, ela vai só empurrar...melhor q nada J Mas alguns minutos depois, qdo ela terminou de passar a base eu já tinha certeza q poderia fazer a unha dela melhor q ela estava fazendo a minha. Apesar de jovem as mãos da moça tremiam demais...ainda bem q ela não tinha um alicate ne? Rss Mas não parou aí! Qdo escolhi o meu cintilante clarinho e discreto (sorte minha desta vez!) ela começou a pintar tremidamente quase do meio da unha pra cima! Imagine q vc tenha pintado suas unhas e ficado 2 semanas sem tirar o esmalte apenas cortando as pontas. O esmalte sobe certo? Pois é, tava nesta altura...!!! Eu tentei de todas as formas me comunicar mais não consegui, a única vez q tentei mostrar pintando a unha inteira, ela falou algo, pegou um palito e limpou de novo o inicio da unha! Ainnnnh!!!
Resumo...a unha mais cara (18 euros!) e mais mal feita q já vi na minha vida...amanha mesmo vou tirar isso das mãos!
Muito bem, mas ai chegou a hora da massagem...e eu já tava tao animada q nem pensava mais na minha unha mal feita – sentei feliz na cadeira e relaxei. Meu relaxamento durou 30 segundos. Ela me deu tantos apertões q eu tinha certeza de q ia ficar roxa...doeu muiiiiiiiito...eu estava ‘sofrendo’ naquela cadeira por 25 euros rsss...q tipo de masoquista me tornei? ;)
Bom, acho q ela percebeu meu desconforto e depois de 10 minutos de ai, ui, ai, ui...ela pegou umas coisinhas de deslizar nas costas e tudo ficou mais agradável rs
Terminada minha experiência nada relaxante voltei a espera no termina f...(!!) rs. Eu já havia pago a conexão da internet para algumas horas mas minha bateria estava acabando e a velocidade da internet era um lixo! Dial up em 98 era mais rápido do q aquilo! Depois eu andei e voltei naquele terminal alguns quilômetros, fui visitar o banheiro fashion novamente e comprei um lanchinho light, afinal comeria no avião.
As 23h00 de Paris (19h00 em SP) eu estava me acomodando no avião ao lado de um gringo q não devia saber o q é agua, sabão e desodorante. Qdo ele tirou a jaqueta eu rezava pra q ele se movimentasse pouco. Queria tanto estar gripada nas horas seguintes...! Mas estava tudo bem, eu estava indo pra casa e 12h depois (as 6h00 da manha de SP) eu estaria em casa pra abraçar minha filhotinha – q já fazia uma semana não dormia direito e perguntava toda hora se já era ‘sabado’.
Depois de me conformar com o ‘cheiroso’ ao meu lado, tentar me espremer no espaço (o cheiroso era grande e portanto suas pernas tinha q ficar abertas batendo nas pessoas das cadeiras ao lado) eu pensei ‘vou relevar tudo pq já já isso acaba’.
As luzes da cabine se apagam, o piloto pede desculpas pelo atraso de 20 minutos na decolagem e acelera para decolar! Acelera, acelera e de repente...freia!! e começar a frear, frear, frear...alem do barulho horrível, ninguém entendeu nada! Demoramos tanto pra sair...e pq ele agora parava? Seria a chuva q não dava trégua? Enfim, nunca vi isso antes...
Uma voz avisa (sempre em francês primeiro, pra agonia de quem espera o inglês...) q houve um problema técnico e o comandante já vai falar. Dali a pouco o dito cujo dispara sem dó: senhoras e senhores, tivemos um problema técnico e teremos q retornar ao ‘estacionamento’ (!!!!!)
Eu só pensava na minha filhinha acordando achando q a mamãe já estaria lá como foi dito pra ela a semana toda...e enfim, depois de 20 minutos só pra chegar de novo no lugar de onde saímos pra decolar, volta o piloto ‘sras, srs – estamos aguardando nossos mecânicos e em breve teremos noticias. Houve o disparo de um alarme de falha de uma válvula da turbina qdo iniciávamos a decolagem’
Não fiquei mais com raiva, agradeci a Deus isso foi acontecer bem naquela hora e não lá em cima. Mas obviamente estava frustrada, cansada, dolorida e desanimada. Liguei pra casa avisando do atraso. Dali a pouco, outra noticia. Uma peça teria q ser trocada – para q a peça chegasse levariam 20 minutos, para fazer a troca 1 hora! Liguei de novo pra casa...minha bunda já estava quadrada de ficar sentada no assento do avião e as 12h de voo nem haviam começado! ;(
Eu fiquei lá espiando e pensando naqueles caras fazendo a manutenção embaixo de chuva, com 7 graus, uma ventania...no escuro. Ai conclui q tinham coisas piores q a dor na minha bunda dentro do aviao 'quentinho e seco'J
Eu já tava morrendo de fome...mas tivemos q esperar tudo terminar, não podíamos sair do avião, apenas esperar. Enfim, qdo finalmente decolamos o voo já estava 2h atrasado. O jantar foi servido rapidamente e acho e engoli a comida tao rápido q nem sei direito o q comi. O ‘cheiroso’ tomou alguma bolinha pq desmaiou a ponto de não acordar nem com a chacoalhada do comissário de bordo para perguntar o q ele iria jantar. Não jantou...tb não se moveu, o q foi ótimo J
O voo foi cheio de turbulências...toda hora alguém falando no auto falante e acordando as poucas mas obviamente impacientes crianças q estava no voo...um bebezinho q devia ter uns 3 ou 4 meses chorou muito a noite toda. A pobre mae tinha tb uma outra criança na faixa de 2 anos e pouco. As comissárias tentava ajudar mas não resolviam muito. Eu tomei as minhas bolinhas tb e consegui cochilar algumas vezes entre um e outro filme boboquinha...ate q minha perna começou a doer tanto q resolvi me levantar – foi ai somente q o ‘cheiroso’ pediu para sair para ir ao toalete. Puxa, legal da parte dele não ter me acordado J
Cheguei em SP as 8h15...sai do aeroporto as 9h30. Ou seja, já fazia mais de 30 horas q eu estava nesta toada com minha bagagem pra la e pra ca, mal acomodada em algum lugar. Fiquei tao feliz em entrar no carro pra vir pra casa! Qdo cheguei minha gatinha estava ansiosíssima e tinha pintado um coração onde a vovó ajudou a escrever ‘mamae amo voce’. Ela me agarrou e não parava de falar q estava feliz q eu tinha voltado....rs. Qdo minha mae soube do atraso do voo, disse para ela q ‘pode ser q a mamãe só chegue na hora do almoço’. Ela acordou as 6h00 da manha hj e logo depois do leitinho já começou a pedir ‘vovó vc pode me dar o almoço? Eu quero almoçar pq a mamãe vai chegar’ rssssss
Da casa da vovó pra minha casa cochilei 10 minutos no carro (ela idem! Rss). A tarde não consegui dormir pq ela estava acesa e queria mostrar tudo, brincar, falar, cantar rsss. Eu entao não dormi a tarde tb. Não estou com sono neste momento, mas vou me deitar já já...já se passaram tantas horas sem dormir q percebi q o que eu mais queria era mesmo abraçar minha gatinha...o cansaço passou J Depois obviamente tomar um longo banho (coisa q o cheiroso, q tinha conexão para montevidéo, certamente não fará questão de fazer rs). E agora, finalmente recostada na minha cama...é como se todo o cansaço tivesse ido embora. Tudo esta de novo no seu devido lugar...amanha temos a festinha para comemorar os 3 aninhos da minha pqna junto da família, e eu passei a tarde arrumando as coisas da festinha e desfazendo minhas malas.
De certa forma refazendo – tirando as roupas de frio e já começando a colocar as de calor, já q no próximo sábado viaja para Maceió onde devo ficar 1 semana com a minha pqna e a biza. Ahhh não tenho a menor duvida de q será maravilhoso – mesmo q eu tenha q esperar dentro do avião ou q hajam turbulências, mesmo q tenha q aguardar no aeroporto um pouco mais. Certamente o voo curto ajuda, mas o fato de estar com minha filha por perto faz todo e qq imprevisto apenas um detalhe a mais.
Um dia a Dorothy disse…”there is no place like home”...e eu diria...
there is no place like home…and home is where our beloved ones are!