Qdo se tem muita coisa pra fazer ao mesmo tempo somos inevitavelmente convidados a analisar nossas prioridades, de forma bem objetiva, a fazer escolhas. Não dá pra ter tudo ao mesmo tempo, não dá pra estar em todos os lugares na mesma hora (bem...fisicamente falando J) e enfim, nem tudo acontece em sincronia com nossas necessidades.
Eu tenho um critério claro na minha cabeça q diz q a prioridade n. 1 é minha filha, em seguida meu trabalho, meus estudos e depois meu ‘lazer’. Não dá pra me colocar individualmente nesta lista, entao diria q no meu ‘lazer’ eu incluo td q gosto de fazer...ou coisas q faço exclusivamente por mim, como massagem, exercícios...dormir um pouco mais.
Outro dia conversando com uma colega no trabalho me dei conta de q as minhas definições de prioridade tb definem de forma consequente as oportunidades q eu eventualmente vou encontrar no meu trabalho. Se para mim é importante estar em casa a noite com minha filha, não dá pra participar do happy hour com os colegas de trabalho. Se é importante ter um horário flexível, não dá pra mergulhar em vários projetos ao mesmo tempo...e por aí vai. Acho justíssimo q as pessoas q decidam por maior dedicação ao trabalho tenham reconhecimento superior – ainda q isso tudo seja muito polêmico...já q existe toda uma teórica motivação da empresa para o work & life balance, apoio a diversidade, etc. Na prática sabemos bem q se vc faz o 9-5 basiquinho não pode obter os mesmos resultados de quem fica até mais tarde no trabalho.
Antes de começar o mestrado eu dedicava mais tempo ao meu trabalho, pois qdo minha pqna ia dormir eu tinha algum tempo pra completar os projetos do dia. Mas agora tenho q revezar o tempo disponível a noite entre o trabalho e o mestrado, de forma q eu consiga produzir algo. Não tenho pretensão tb de fazer um super-mega-hiper projeto desta vez...boa parte dos meus colegas mestrandos dedicam seu tempo exclusivamente a pesquisa, eu estou dedicando parte da parte do meu tempo J e ainda espremendo em 18 meses o q poderia ser feito em 24. Opção minha novamente.
Ai me perguntei...qdo foi q eu decidi q poderia ser uma profissional mediana e uma estudante mediana em troca de ser uma mãe mais presente? Bem...talvez nunca tenha decidido isso...isso foi acontecendo como resultados das minhas prioridades.
Hoje qdo voltávamos da escolinha no fim do dia, minha filha me disse ‘ah mamãe amanha já é sábado?’ e eu expliquei pela milésima vez q amanha ainda não é sábado...qdo ela disse ‘mas é q eu adoro o sábado pq a gente fica muito juntinhas e vc vai comigo passear’. Eu gostaria muito de poder oferecer mais ‘sábados’ pra minha filha, mas já q não posso, quero pelo menos garantir q ela terá a mãe mais presente possível – nos dias de semana e nos finais de semana, e principalmente nas ocasiões especiais da vida dela.
Me lembro de algumas situações onde gostaria q minha mãe estivesse presente...mas por opção dela, pelo menos naqueles momentos eu não fui a prioridade. Lembro da festa junina da escola em que minha avó me levou pq ela havia ido viajar no fim de semana, ou ainda no meu aniversário de 15 anos...qdo fiquei com meu padrasto e minha irmã por horas numa pizzaria esperando ela chegar depois da prova da escola...ou até mesmo mais recentemente, qdo minha filha nasceu...em q ela não foi ao hospital na noite do nascimento pq não quis cancelar uma aula q tinha para dar. A minha mãe tem as prioridades dela, q eu respeito – e verdade seja dita, esta sempre presente para ajudar qdo preciso – mas talvez para ela estas situações não fossem tão importantes qto para mim. Não sei como a minha filha será...mas ela mostra em muitos momentos ser parecida comigo, uma personalidade forte mas extremamente sensível. Logo, acredito que suas expectativas e reações podem ser muito parecidas, e ainda q não fossem...melhor eu garantir rss
Eu tenho uma certeza - só temos algumas oportunidades de viver certas situações, e nunca saberemos o q ficará na cabeça dos nossos filhos...do q eles vão se lembrar? Eles vão se lembrar do q os marcou e não do q nos queremos q se lembrem. Eu quero ter chances de oferecer memórias da minha presença nos momentos q forem marcantes para a minha filha. Todo o resto pode esperar, todo o resto pode ser adiado ou realocado, as expectativas e as lembranças dela não.
Nos últimos 3 anos o aniversario da minha filha caiu exatamente no dia da minha viagem de trabalho, uma viagem q acontece uma vez por ano e sempre fora do país. Em todo estes anos fiz a festinha praticamente no dia após a minha volta, apesar do meu sono – pra ela foi bom pq ela não tem ainda a noção de tempo e datas. Eu espero mesmo q nos próximos anos esta coincidência mude...pq até uns 5, 6 anos ela provavelmente não vai se importar, mas a partir daí vai sim...e eu preferia não ter q me deparar com este tipo de situação.
Sei q para a maioria das mães estes desafios são dolorosos, todas nos gostaríamos de ter clones disponíveis para situações em q somos exigidas em lugares diferentes ao mesmo tempo, gostaríamos de ter horários elásticos que permitissem malabarismos físicos ou ainda simplesmente, q o universo ao nosso redor fosse realmente sincronizado J mas não é, e aí esta a nossa grande oportunidade (e obrigação) de exercer nosso poder de escolha e de classificar nossas prioridades. Então é isso...simples complicado assim!
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