Depois de passar 4 dias com minha filha, a vida volta ao normal na segunda feira. O q é a vida normal? Nao necessariamente a que eu queria ou q ela queria…mas a q podemos ter.
Eu sou afortunada por poder deixa-la na escola lá pelas 10h da manha e busca-la cedo, as 5h00 da tarde. Ela fica 7h por dia na escola…mas existem crianças q ficam 12h! Ela tem a mamae pra dar banhinho, leitinho, todo dia de manha e no fim de tarde, a noite…e sempre foi assim…ela sempre teve este tipo de cuidado diretamente da mae dela. Tivemos uma boa babá durante 2 anos, babá cujas funçoes nao incluam coisas como fazer a papinha ou dar banho, pq eu sempre quis fazer estas coisas pessoalmente. Tudo o q eu pude fazer pessoalmente eu fiz, e continuo fazendo até hj.
Eu coloquei a pqna na escola qdo ela fez 2 anos e meio, pq comecou a pular o sono da tarde e estava passando horas demais na frente da tv, achei q aquele era o momento para comecar a mudar a rotina dela. A transiçao foi lenta, começou com frequentar das 13h00 as 17h00, depois passou a ir de manha 2 x por semana tb até q passou a ir todos os dias das 10h00 as 17h00. Ela resistiu no inicio…mas hj adora. E qdo percebo ‘HJ’ o qto ela adora, tenho certeza q tem a ver com os vinculos q estabeleceu la, com a motivaçao para participar das aulinhas de ingles, ballet, judo, musica, ed. fisica…, tb com a configuraçao da escola (nao existe escola perfeita – mas existem algumas q sao mais ou menos adequadas a determinados perfis de crianças). Mas o q eu tb sei é o qto ela ama qdo estamos só nos duas em casa juntinhas pintando, cantando, contando historias…ou ainda qdo recebe a visita do pai, do irmão, dos avós, ela vibra qdo digo q teremos uma noitinha diferente com algum convidado pra brincar (principalmente se souber q eu estou em casa, mesmo q eu fique no meu escritorio trabalhando enquanto ela se diverte na sala rs).
Li esta materia recentemente na Revista Epoca. O autor – Steve Biddulph – defende q nenhuma criança deveria ir pra escolinha antes dos 3 anos. Dane-se a polemica q ele possa gerar…sabemos q existe um mundo de pedadgos q devem odia-lo, assim como muitos pais tb…e ainda sabemos de todos os contextos sociais impeditivos de tornar realidade o mundo ideal q ele descreve…o q nao impede-o de levantar a bandeira da campanha em prol da convivencia estendida dos pais com as crianças na primeira infancia. Acho fascinante…intuitivamente concordo com ele até meu ultimo fio de cabelo. Acredito q um dia um destes paises pqnos e ricos será o primeiro a comprar estudos deste tipo e subsidiar verdadeiramente a licença da mae durante um periodo estendido como este.
Hj o Brasil oferece 4 meses de licença maternidade…com possibilidade de 6 em algumas cidades, empresas, no funcionalismo publico, etc. Nao é ruim nao….existem licencas muito menores em varios paises e na maioria dos casos nao remunerada integralmente como é aqui. Mas tb existem situacoes melhores - no Canadá sao 12 meses…nao é o salario integral tb, mas o seguro deles nao é de vale-coxinha
. Se Deus um dia me der outro filho, vou fazer o possivel e o impossivel para ter uma jornada de trabalho ainda mais reduzida neste periodo. E dificil? certamente…pq trata-se de uma situacao cheia de ambiguidades: filhos sao custos, custos se cobre trabalhando longe dos filhos 
Enfim, deixo o materia aqui, pois recebo visitas de maes no blog com certa frequencia, pelos temas abordados nos posts. Vale a reflexão…vale o planejamento, vale pelo menos desejar.... Fiquei devendo pra minha gatinha alguns meses…mas ela é uma sortuda pelo simples fato de ter uma mae com o nivel de disponibilidade q eu tenho…
ÉPOCA - Estudos dizem que as crianças devem ir para a escola quanto antes. Por que o senhor discorda?
Steve Biddulph – Bebês não foram feitos para ir à escola nem para ser cuidados em grupo. Eles crescem e aprendem melhor quando têm um ou dois adultos cheios de amor exclusivo. Minha pesquisa é clara nesse sentido: até os 3 anos de idade da criança, é a família que tem condições de interagir com ela para um bom desenvolvimento cerebral. Ou seja, com intensidade e sintonia. É assim que o bebê aprende a se aproximar e a criar empatia – e adquire o que chamamos mais tarde de “inteligência emocional”. A melhor hora de colocar a criança na escola é a partir dos 3 ou 3 anos e meio. O certo é começar com três manhãs por semana de jardim-de-infância, com atividades educativas. Isso é bem diferente de deixar a criança todos os dias numa creche de período integral.
ÉPOCA - Qual a importância da adaptação escolar no aprendizado da criança?
Biddulph – Estudos sobre estresse e níveis de cortisol no sangue mostraram que bebês na fase de aprender a andar sofrem o dobro de estresse quando são separados da mãe e inseridos numa creche. Foi constatado que por meses o nível de cortisol se mantém alto. Sabemos que cortisol elevado faz mal, porque atrasa o desenvolvimento do cérebro, atrapalha o sistema imune e até reduz o crescimento. Os estudos constataram que as crianças que aparentavam bem-estar, na verdade, permaneciam estressadas – elas aprenderam a esconder a emoção e a lidar com ela. É importante lembrar que, nessa fase, a idade e o preparo são cruciais. O que pode ser valioso e excitante para uma criança de 5 anos pode ser devastador e traumático para outra de 1 ano e meio. Desenvolvimento infantil é isso: a coisa certa na hora certa.
ÉPOCA - Pesquisas demonstram que as crianças se desenvolvem melhor quando são estimuladas a ganhar independência. Como oferecer a elas essa oportunidade sem prejudicá-las?
Biddulph – Dos 3 anos em diante, elas começam a brincar socialmente. Antes disso, elas na verdade vêem outras crianças mais como fontes de concorrência e ameaça que como companhia. Quem brinca com as crianças pequenas são as mais velhas ou os adultos. Você não vê bebês tomando conta uns dos outros. Eles apenas brigam. Forçar essa interação social pode atrapalhar o aprendizado, de acordo com estudos internacionais que acompanharam milhares de crianças. Eles descobriram um fator de risco triplo: as muito novas que vão à creche com freqüência e passam muitas horas ali se tornam agressivas, ansiosas e desobedientes. E perdem o vínculo com a mãe. É importante ver isso em perspectiva. O número de crianças “desajustadas” cresce de 6% (em lares de bebês criados em casa) para 17%, nesses casos. Os pesquisadores acreditam que provavelmente toda criança criada em creche é de alguma forma prejudicada. Mas não criemos pânico. Pôr seu filho numa creche não é crime, mas é uma opção menos valorosa.
ÉPOCA - O que há de errado com as creches?
Biddulph – Para algumas crianças, pode ser uma experiência triste e danosa. O que se aprende nos primeiros anos de vida é a socialização: como confiar, se sentir seguro e ser alegre. Esse aprendizado é precioso demais para colocá-lo em risco no ambiente caótico de uma creche, barulhenta, com crianças demais. As creches estão distantes da imagem idealizada que elas vendem. A equipe muitas vezes é desqualificada, e os profissionais mais atenciosos costumam estar ocupados e estressados. Ali, as crianças são tratadas como grupo e não podem ser amadas ou cuidadas individualmente. As interações amorosas que elas têm com a mãe e o pai centenas de vezes por dia acontecem menos de 20% do tempo na creche. Estudos com gravações em vídeo mostram que bebês nessa situação acabam desistindo de pedir atenção e tornam-se depressivos. Ficam quietos e aí são considerados bons bebês.
ÉPOCA - Como pais que trabalham o dia inteiro podem dar atenção suficiente aos filhos pequenos?
Biddulph – O direito à maternidade e à paternidade é uma questão de justiça social. Em algumas sociedades, como nas Filipinas e na África do Sul, os pais são forçados a viver longe dos filhos por razões econômicas. É muito triste. Essa é a tragédia da industrialização. Em todo o planeta, famílias têm sido devastadas por modelos assim. Na vida em comunidade e nas aldeias indígenas, as famílias ficam unidas durante o dia. Os avós são tão bons quanto os pais, e parentes fazem um trabalho melhor que qualquer creche na maior parte dos casos. É por isso que estou fazendo campanha. Até as pessoas mais ricas têm seu papel nessa mudança, pois dão o exemplo. Nos países ricos, são os ricos que põem suas crianças em creches e têm menos tempo para cuidar delas. As pessoas pobres detestam ficar separadas de seus filhos e tendem a preferir que um membro da família tome conta das crianças enquanto trabalham.
ÉPOCA - O senhor está sugerindo que mães que colocam seus filhos em escolas os amam menos?
Biddulph – A oferta de babás baratas para mães ricas nos países em desenvolvimento é uma tentação. Enquanto a mãe cuida da casa, a babá cuida do bebê. Como o bebê interpreta isso? Como se ele fosse tão importante quanto a faxina? Ser mãe ou pai não é coisa fácil: é algo para aprender. Se deixar a criança em uma creche for inevitável, os seguintes fatores devem ser levados em conta: quanto menos crianças por cuidador, melhor; equipe perene (para uma relação estável) e cuidadores bem pagos (para que eles se sintam bem ali). Minha pesquisa mostrou o efeito das horas em uma creche sobre as crianças. Até 1 ano de idade, não se recomenda creche por nem um minuto. Até os 2 anos, dois dias curtos (meio período) por semana. Até os 3 anos, três dias curtos por semana são aceitáveis.
ÉPOCA - Em seu livro, o senhor afirma que “tudo de que os bebês precisam é amor”. Como eles experimentam esse amor?
Biddulph – Amor tem a ver com tempo. Quando você vê um pai amável com seu filho de colo, o tempo escoa, parece lhe restar todo o tempo do mundo. A pressa é inimiga do amor, porque o corrói e destrói. Temos de combater isso para proteger pais e filhos do estresse. Quando somos amados, nossas emoções são apaziguadas. Há muita risada, música e cantoria. Aprendemos a nos recuperar do estresse rapidamente. É difícil tornar-se amável sem ter passado por essa experiência. E a melhor fase para sentir isso é na primeira infância, nos braços dos pais. É quando se desenvolve a parte do cérebro que ama: o córtex frontal, que reconhece um sorriso, aprecia um afago, vê o mundo como seguro e interessante.
fui…