Em tempo...

Me parece que a maior crise da atualidade é a escassez de tempo! O tempo está minguando... Mas onde foi parar afinal? Está escondido no trânsito? Na má organização pessoal? Ou disfarçando a preguiça? Seja como for, eu também sofro deste mal - agravado pelos multiplos papéis que desempenho - tenho visto os anos passarem sem que o desejado 'tempo' fique mais disponível! Este blog é um desafio pessoal, pretendo imprimi-lo para compartilhar com minha filha qdo esta crescer - espero q ela tenha mais habilidade que eu para gerenciar sua vida profissional, academica e as demandas dos meus netinhos :D


quinta-feira, 31 de março de 2011

Princesas revisitadas…!

Que delicia foi assistir  ‘A princesa e o sapo’…fazia muitos anos q eu nao tinha razao pra ver filmes de princesas da Disney…tanto q nunca assisti a pequena sereia, pocahontas, enfim…os filmes de princesas q foram lançados nas ultimas duas decadas.

Qdo eu era criança, princesa era Branca de Neve, Cinderela…Bela Adormecida e acabava por aí. Nem me lembro de ter assistido algum filme sobre a Bela e a Fera por exemplo. Mas agora minha pqna entrou na fase das princesas, como a maioria das maeninas de 3 a 4 anos…nem liga mais pro ursinho pooh, muito menos pro julio (cocoricó). É nítido como ela ‘cresceu’ pq agora sua paixao é naquilo onde pode se identificar, copiar, imitar, se expressar.

TianaEntao descobrimos a Tiana. Qdo a levei para ver no cinema nem ligou muito…mas meses depois ao ver em casa um DVD ficou enlouquecida. Eu tenho certeza de q assistimos pelo menos umas 60 vezes este filme. Decorei as musicas (q sao muito gostosas alias!) e os textos rss. O q me chamou atençao na Tiana? Bem, todo mundo sabe q ela é a primeira princesa negra da Disney…mas a modernizaçao do contexto da historia é q realmente dá o toque! A Tiana TRABALHA!!! (OK! isso tb joga escada abaixo o nosso conceito de conto de fadas rssss). Ela tem planos, tem objetivos, ela canta…é linda e tb se casará com um principe no final – mas q ela tem consciencia q tem ‘defeitos’, afinal o conheceu como ‘sapo’ rss…e ela nao passa o filme todo limpando a casa pra alguma bruxa malvada, aliás nesta historia existe é um ‘bruxo malvado’- nada de colocar as pobres madrastas no papel de invejosas e sádicas, principalmente num mundo onde o numero de divorcios é alto e as madrastas nao sao mais apenas inseridas na vida de familias onde a mae morreu…q era o caso da Branca de Neve e da Cinderela.

A ambiçao do bruxo é o ‘dindin’ e nao beleza nem titulos. A historia mantem seu teor fanstasioso mais pelo desprendimento da amiga da Tiana (a Charlote)  q pelo fato dela e do principe haverem se transformados em sapos rsss.

minha branca de neveMas tudo isso pra chegar na Branca de Neve…de novo! Depois de ver a Tiana tantas vezes, e a paixao da peqna pelas fantasias de princesas, pensei q seria legal q ela visse e conhecesse a historia destes filmes classicos. Eu me lembrava no entanto do audio do filme mais q das imagens. Lembrava das musicas e do jeito choroso q a Branca de Neve cantava como em operas rssss – ahhh bem melhor ouvir as musicas alegrinhas da Nova Orleans da Tiana rs. Bem, comprei o filme numa promoçao e assiti bem pertinho da gatinha, ate pq me lembro q meses atras ele havia passado na tv e ela ficou impressionada com a risada da bruxa rs. Isso faz uns dois meses, a esta altura eu já assisti a Branca de Neve mais vezes q toda a minha turminha da infancia reunida (onde a gente ia ao cinema uma vez por ano e rezava pra Globo passar os filme aos domingos na hora do almoco rsss).

A gatinha coloca a fantasia e depois pede pra por o filme, ai deita no chao com uma maçã…faz toda uma encenaçao rsss. Fui pesquisar um pouco mais e fiquei muito impressionada com a historia do classico branca de neve (1937) do empenho de Disney para produzi-lo, da descrença da critica na epoca…considerando q o filme foi feito no final da decada de 30 (!!!), obviamente q tudo faz muito sentido…o ‘look’ e o estilo musical…mas o surpreendente é ver q ele continua encantando e causando impacto em crianças ate hoje! Diferentemente de desenhos antigos q as vezes sao tao ‘toscos’ q nao prendem a atençao das crianças já tao acostumadas a desenhos com efeitos, massinhas animadas, 2D, 3D etc…o q conquista aqui nao é apenas a historia, mas os contrastes tao bem preservados entre o bem e o mal, as cançoes faceis de se aprender e a simplicidade cativante. hedy lamarr & branca de neve

E uma curiosidade – qdo pesquisei sobre o filme, descobri q Walt Disney se baseou numa atriz famosa e tida como das mais lindas em seu tempo – Hedy Lamarr.

E nao é mesmo que a inspiraçao mostrou-se bem visivel?

Bem…na descobri q muitos dos titulos da Disney estao fora de catalogo…queria comprar Cinderela pra nossa coleção de princesas e nao consegui, mas minha irma vai empresar a ‘versao de avaliaçao’ dela rsss…e se a pqna se apaixonar, compro de um dos malucos q estao vendendo no Mercado Livre suas raridades (entre 100 e 180 reais!!!)…maluco é quem paga né? Mas podendo…o q nao fazemos pelo sorrisinho das nossas princesas Alegre

Agora, ‘de volta pra batalha!’ (by Charlote rsss) bjs!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Para as futuras mamães – o melhor texto já escrito sobre a vida de uma nova mãe!

Era fim de 2007, eu dificilmente vou me esquecer daquele ultimo trimestre. Vivia uma intensa ambiguidade – com a chegada da minha filhinha, eu vivia um amor extasiante e ao mesmo tempo, uma solidão indiscritivel. Ainda q houvessem pessoas a minha volta, eu queria e nao queria ficar só.

Sentia sono 24h, o ponteiro da balança ainda estava lá em cima e a minha auto estima lá embaixo…nao me via naquele corpo ainda cicatrizando. Meus peitos doiam muito e minha empregada estava doente dia sim dia sim…justamente naquele periodo. Sozinha com a nene q queria mamar o dia inteiro, as vezes eu so conseguia escovar os dentes na hora do almoço…o pijama era meu uniforme, todas as atividades normais eram complicadas de se realizar.

Mamae e BebeLembro q tudo me fazia chorar, eu sabia q os hormonios iriam me deixar de tpm mas aquilo nao foi uma simples tpm, eu simplesmente estava tao triste q nao conseguia parar de chorar e tb nao sabia explicar exatamente o porque – embora tivesse uma lista de coisas q nao estavam acontecendo bem como eu esperava – eu amava minha bebe mais que tudo no mundo e jamais gostaria de ter outra vida que nao a de mae dela!

Bem…no auge do meu baby blues, o maximo de conforto era falar com outras maes nas comunidades  online, eram maes com bebes da mesma idade. Talvez lá eu pudesse encontrar alguma afinidade de sentimentos…mas na verdade sentia q ninguem me entendia. Até eu descobrir q estava errada…ao ler uma cronica na Revista Claudia BB.

Aquele homem havia colocado em palavras como eu estava me sentindo e como estava o mundo a minha volta. Fiquei impressionada em me ‘encontrar’ naquele texto – obviamente eu nao era a única a me sentir daquela forma…comecei com algumas lagrimas discretas…depois desatei a chorar de verdade! Até hoje, este é sem dúvida o melhor texto q já li sobre a transformaçao radical que ocorre na vida de uma mulher – antes apenas mulher  - qdo transforma-se em mãe.

Um transformacao que fez com que durante estes primeiros meses, eu sentisse pena de mim mesma! Nao sei o que era q falava mais alto – o sono, os hormonios, o cansaço ou a pura constataçao da minha nova situacao fisica, social, emocional…acho q poucas mulheres sentem-se confortaveis em apresentar o lado nada cor-de-rosa da maternidade por conta dos julgamentos a volta – talvez por isso ele tenha sido tao honestamente escrito por um homem!

O texto nao trata do bebe, nem do amor intraduzivel que ele desperta na mãe, trata-se da ‘mãe’ – apenas daquela mulher que virou ‘’mãe’. Por isso que as maes certamente se indentificam profundamente  com cada linha capturada. Fica dificil acreditar q tanta empatia possa ter vindo de alguem que nao experimentou na pele estas situacoes…certamente um homem de profunda sensibilidade e eximio observador do mundo feminino.

Hoje, qdo postava numa comunidade do FB, achei novamente o texto…o mesmo q me emocionou tao intensamente 3 anos atras! E aqui vai, para nao perde-lo mais de vista… Alegre

UMA SOLIDÃO SOLTEIRA

Fabrício Carpinejar

O que é ser mãe? É nunca precisar responder a essa pergunta. Diferente de pai, que sempre se explica e gosta de se explicar. Mãe parece que nasce sabendo, não importa a idade, não importa a disposição. Julga-se como um dom natural e um desejo de vida, desde o momento em que brincava de boneca na infância e formava uma família imaginária no quarto. Que menina, quando pequena, já não sonhava em trocar a roupa do filho ao vestir e desvestir sua Barbie? Ser mãe não é encarado como profissão nem deve, mas é tão estafante quanto um início de carreira. O papel é visto como prazer e dádiva. Para alguns homens, é reconhecido como o cumprimento de um ideal. Um sonho. Mas não significa que será fácil. E não é. Responde a um dos períodos de maior aprendizado, nervosismo e tensão. Durante a gravidez, a mulher se multiplica. Espiritualmente é duas. Ganha atenção dobrada. Seus pedidos mais estranhos são atendidos. Cavalheirismo e educação exagerados batem à sua porta. Não me refiro aos assentos vermelhos do ônibus e do metrô e dos guichês do banco, reservados a gestantes. Muito além disso: abrem-se os caminhos do entendimento e da cordialidade. Ela encontra uma paz de bosque, uma quietude social. Não é contestada, criticada, desafiada. Nada que prejudique o andamento da gestação. Sua fragilidade a ilumina de carícias.

DEPOIS DO NASCIMENTO, desconfia de que sua barriga serviu para um aluguel de luxo, que os familiares se importavam com a criança a vir, não com a criança adulta que se transforma em mãe. Paparicam o bebê e ela acaba de canto, alheia, sequiosa por um aconchego que não chega. Na hipótese de atravessar uma cesariana, dolorida e custosa, não receberá sequer algum questionamento sobre sua saúde. Andará sozinha, bem lenta, atrás do cortejo. A depressão pós-parto não é uma miragem, sinaliza desvalia.

De uma hora para outra, a mulher não é mais responsável pela sua existência, é responsável por duas vidas. Não poderá se dar ao luxo de pensar somente em si. Pensará em si por último, caso sobre tempo. Aliás, vejo que não é casando que a mulher deixa de ser solteira, ela muda efetivamente de estado civil ao gerar um filho. A dependência é substituída pela independência, no sentido de orientar e educar a criança.

POR MAIS QUE ESTEJA ACOMPANHADA de um marido companheiro e atento, é como se mandasse no campinho. É ela que deverá responder - ou acredita que deve responder - no surgimento de dúvidas e impasses. O homem ainda goza da regalia de coadjuvante, com atenuante de que não precisa conhecer tudo. Pai está aprendendo a ser pai, mãe está ensinando a ser mãe. A crença é que a mulher tem uma enciclopédia embutida no ventre.

Licença-maternidade não é uma licença poética. Não é apenas estacionar o filho na vaga preferencial do seio. Mal se recuperou do parto e enfrenta a multiplicidade de atividades. Não dorme pelo medo de dormir e deixar escapar um apelo do bebê e ser incriminada por omissão. A insônia é o de menos. Até encontrar a posição certa de segurar o nenê para não ter cólicas, até encontrar a melodia adequada que tranqüiliza o choro, até encontrar a postura confortável para não sofrer com dor nas costas, é uma arte.

ENTRE CUEIROS E TIP-TOPS, entre fraldas e lençóis, dificilmente será reconhecida em família pelos seus pequenos e imprescindíveis feitos. De que modo contar a terceiros e ao próprio marido o que fez? Que deu leite, arrumou as roupas, limpou o cocô, deu papinha e que essas operações tomaram o seu dia? As energias gastas em 24 horas serão reduzidas a um relato de três minutos. Dirão que é exagero. Começa a cobrança e a sensação de que não é compreendida.

O marido aparecerá em casa, leve e lépido, mais disposto (é claro), e brincará descansado com o filho, imitará sons de bichos, desfrutará da organização e de uma companhia para dividir as tarefas. Ele curte o que desejava para você. O pai é o parque, a mãe é dia útil. Resta assistir à alegria como se fosse sua.

IMAGINE UMA PROFISSIONAL HIPERATIVA mergulhar de repente nesse mundo em que nada aparenta acontecer e tudo acontece sem jeito de demonstrar? Ter a rotina reduzida a dez quarteirões do bairro, na faixa que compreende a quitanda, a farmácia, a praça e o mercado, como um exílio em sua cidade? Uma mãe recente é uma ótima crítica da televisão à tarde. Pela primeira vez, é capaz de opinar com fundamento sobre a qualidade dos programas.

De um comercial a outro, o filho cresce mais rápido do que supunha. O que adiava para fazer continuará adiando. Se nos preparativos, demorava séculos para definir a cor do enxoval, as decisões agora são rápidas e fulminantes. São para ontem. O filho largou o peito, deve então acertar a temperatura do leite, preparar a comida, optar pelas peças da gaveta. Será que ponho casaco ou não? Está quente ou frio? O ponto mais visitado é a bunda rosada da criança, para verificar assaduras. As mãos cheiram a hipoglós e não é de estranhar que a pasta branca fique nos vãos dos dedos no momento de dormir. E, quando toca o telefone, a mãe se envergonha de dizer que está segurando o filhote no colo e faz o impossível para que a voz na linha não note o incômodo. Um malabarismo para acalmar os gritos do pequeno, entender a conversa e ser educada. Mãe carrega muita culpa desnecessária. A maternidade é uma solidão desproporcional, uma solidão solteira em cama de casal.

A libido fica em baixa, não se tem a mesma vontade louca de transar. Nem é vontade, é disposição, condicionamento físico. Após desbotar o tapete do corredor no vaivém, não há como se arrumar. Arrepende-se dos espelhos no quarto adquiridos para projetar posições eróticas. O homem se aproxima dengoso e amoroso e a dor de cabeça é a saída menos explicativa. Existe um cansaço inclusive para DR (Discutir o Relacionamento).

A mulher se vê acima do peso, com os seios estranhamente grandes (talvez o homem goste da protuberância, esquece que o aumento é inchaço, dói e não é para ele) e a cintura se equilibrando com a transformação. Pela primeira vez, um maiô não é uma idéia insuportável. O corpo está longe da rigidez e para recuperar as formas antigas só com muita ginástica, musculação e sorte.

ELA ESTÁ DISTANCIADA DO NÉCESSAIRE, substituída pela sacola forrada de plástico, com pomadas, panos, bicos e o restante infinito do arsenal infantil. O máximo a fazer é paquerar a sinaleira. O único jeito de avançar no sinal vermelho é ali, com o carrinho de bebê na faixa de segurança.

Se não está aprontando e ordenando as coisas, está limpando a bagunça. Se não está encaminhando a criança ao sono, está dormindo junto. O banho de banheira da criança que encharcará o piso será o raro momento em que se ausentará, ouvirá novamente sua respiração e buscará informações atualizadas da rua.

Falei do trabalho, porém é o isolamento que mata. O pai age, na maioria das vezes, como um porteiro das visitas, cumpre a convenção social de mostrar o bebê para em seguida continuar suas conversas. Um elogio pra lá, um elogio pra cá, a criança abandona a cena e a mãe corre atrás, para atender as chamadas noturnas. Não há como acompanhar os papos entusiasmados e eufóricos. Escuta-se as risadas do quarto, com receio de que a criança seja acordada e tenha que recomeçar o acalento. Torce para que as visitas saiam cedo.

OS AMIGOS E AMIGAS DA MULHER, de contato freqüente, de repente desaparecem. No início, podem rodear o bebê, propor bilu-bilu e esganiçar dublagens. Exaltam o nascimento. No instante do socorro e exaustão, nenhuma alma por perto. Acontece uma segregação silenciosa e terrível. Alguns se afastam para não incomodar, outros para não serem incomodados.

Durante essa fase, os relacionamentos escasseiam também devido à exclusividade materna. Quem não tem filho pode achar esquisito, mas pais discorrem na mesa sobre quantas vezes a cria foi aos pés e a cor das idas e vindas! Ela encontrará dificuldade de conversar de outros assuntos que não os relativos ao seu filho. Afinal, seu universo gira em torno dele. Vai se aproximar de outras mães para dividir suas dores e delícias. Um dos motivos para que as reuniões das creches sejam longas. É um momento de desafogo e de cumplicidade.

A MÃE QUER SE SENTIR OUVIDA, falar do que incomoda na hora em que sente. Não depois quando já se confortou. Ou antes quando não entende. Tal jornal – mãe é para ser lida no dia. A pior coisa para ela é estocar sentimentos e apreensões, como quem guarda inutilmente papel velho. Mãe deve dizer o que a confunde de pronto e ser respeitada em silêncio até o fim, para que a preocupação não seja convertida em recalque.

Quando não está ao lado da criança, mãe padece com severa intensidade. Uma saída para se distrair – ou ao retornar ao trabalho –, e está ligando apavorada para a babá, solicitando relatos minuciosos dos últimos movimentos do rebento. Pavor de que não há quem cuide melhor do que ela. Ou pavor de que alguém cuide melhor do que ela.

O QUE É SER MÃE? É nunca precisar fazer essa pergunta. O que se experimenta em segredo, o esforço hercúleo, o afeto pontual serão recompensados com a telepatia. A mãe notará que é possível esconder seus sentimentos de qualquer um, menos de sua criança, que alisará seus cabelos no desalento com o pente das unhas e nadará com alegria em seu corpo em cada abraço. E basta observar que a criança imita seu trejeito, basta reparar que a criança segura os objetos com a sua firmeza, basta reconhecer na voz dela o galho florido de seu timbre, basta cheirar o cangote e descobrir quantas fragrâncias não foram criadas, basta vê-la caminhar longe do apoio, balançando como um pingüim, basta ouvi-la dizer “mãe” com a pausa de uma reza, basta ser surpreendida com as repetições de suas idéias, basta que ela invente novas possibilidades para linguagem, basta que ela ponha a digital em um cartão, que ela retribua o “eu te amo”, e as adversidades serão esquecidas. As adversidades já serão amor.


Sim…eu até espalhei o texto pela casa na epoca, sonhando q ele fosse de alguma forma repercurtir na sensibilidade alheia…em vão, nao me parece que existam dois Fabricios Carpinejar por aí... Sem par, a minha solidão continuou solteira!

domingo, 13 de março de 2011

O que o mundo inteiro tem a aprender com os japoneses

                           bandeira japão - terremoto 2011

Nao, eu nao sou uma profunda conhecedora da cultura oriental…adoro comida japonesa, sei fazer um ou dois tipos de origamis, tenho um sofazinho do tipo futon e alguns queridos colegas de trabalho que moram em Tokyo. That’s all!

Mas nao é preciso ser expert na cultura japonesa para comparar as gritantes diferenças no comportamento deste povo diante de uma tragédia com o comportamento que nós, brasileiros - ou talvez nós, povos latinos – adotamos em situaçoes de emergencia.

A primeira coisa q me chama a atençao junto a organizaçao, é a resignaçao. Sexta a noite, uma reporter da GloboNews perguntou para um informante do local se, apesar da conhecida organizaçao japonesa diante das tragédias, ele estaria presenciando cenas de saques em estabelecimentos comerciais.

Eu nem precisava ouvir a resposta para ter certeza de que ela seria aquela: nao, nao haviam saques – e, nao apenas nao haviam saques como, nos poucos estabelecimentos comerciais que restavam abertos, haviam filas organizadas espontaneamente pela populacao – onde as pessoas aguardavam pacientemente sua vez chegar e ainda, em muitos serviços – cedendo a preferencia aos mais idosos. Apesar da resposta nao me surpreender, eu me peguei sem palavras para descrever minha admiraçao diante deste comportamento. O que a educaçao nao é capaz de fazer por toda uma sociedade!!!

Bem, alem de impressionar o resto do mundo, a educaçao tambem salva vidas…pois se estamos estarrecidos com os estragos, o n. de mortes poderia ser incalculavel nao fosse o preparo de geraçoes para lidar com situaçoes do tipo.

Esta educacao vai obviamente muito além do preparo para lidar com castastrofes naturais. O povo japones é disciplinado, regrado e consequentemente organizado de forma geral. Recentemente o reporter da Globo, Roberto Kovalic, comentou o comportamento das pessoas no Japão diante do desastre, mencionando que os japoneses ainda se preocupam em reciclar lixo no meio de uma tragédia dessas. 

Fiquei divagando…será q um dia este povo tao ‘evoluido’ neste aspecto, já foi um pouco ‘brasileiro’? Dizem que os povos q viveram grandes guerras acabam por desenvolver uma capacidade de superaçao e uniao que outros mais afortunados, q nunca viveram este drama, desconhecem. Nao sei se existem dados cientificos a respeito…mas concordo com aqueles q ressaltam nao existir mendigos judeus ou japoneses…a sociedade cuida de dos ‘seus’ – acolhe, prepara e repassa valores e conceitos de forma incontestavel.

Eu tenho certeza de que existem diversos aspectos negativos na cultura japonesa– assim como diversos positivos na nossa cultura…mas o q me intrigou foi sim, o controle emocional que eles tem demonstrado nas cenas que percorrem o mundo nestes ultimos dias.

Eu assisti diversos videos com imagens aterrorizantes, assim como a maioria das pessoas, fiquei chocada ao ver que as casas, carros, barcos, tudo…parecia tornar-se de papel diante da violencia das aguas invandindo as ruas. Em alguns momentos me perguntei, pq é q este cara tá filmando isso em vez de sair correndo???

A verdade é q na ‘trilha de fundo’ de todos os videos q vi, qdo nao havia uma sirene com msgs repetidas (provavelmente alarmes para evacuaçao? imagino, pois meu japones termina no sushi, sashimi, arigatô!) – as vezes havia a voz de um apresentador…mas alem do som das ondas, vidros se quebrando, carros batendo um nos outros…nao se ouvia um unico grito de desespero, nem um choro incontrolavel, nao se ouvia nenhum tipo de demonstracao de desespero ou emocoes descontroladas. Mesmo qdo apareciam imagens de pessoas proximas a cena, ou pessoas emocionadas vendo listas de sobreviventes ou destroços de casas…o choro parecia contido, nao havia escandalo.

Enquanto alguns poderiam julgar os japoneses como um povo ‘frio’, pra mim fica a imagem de q apenas usamos nossa energia de formas diferentes em situacoes dramaticas. Me parece q toda a energia q nos dispensamos em expressar nossos sentimentos de desespero, de horror e de revolta diante de situacoes semelhantes (como as recentes tragedias causadas pelas chuvas no Rio de Janeiro e no país em geral) – enfim, esta mesma energia q empregamos no comportamento passional e barulhento q nós latinos tendemos a reproduzir em situacoes como estas, parece estar prontamente mobilizada pelos japoneses na recuperacao. Nao se lamenta o q já ocorreu…eles já nao estao mais apenas contemplando (literalmente) o estrago, mas olhando pra frente em busca do que fazer para remediar o desastre, com as mangas arregaçadas empenhados na limpeza e na reconstruçao da vida  que agora está transformada em entulho.

Ao conversar com uma amiga de lá logo no primeiro dia, qdo buscava informacoes a respeito de sua seguranca, ela me disse que estava bem, q nunca havia visto nada igual em toda sua vida, q foi assustador, mas q estavam todos bem. Dois dias depois ‘dizia-se feliz’ pois a energia havia sido restabelecida e a familia dela – q mora em outra cidade – poderia entao, voltar a dormir com o aquecimento ligado. Nas suas falas nao houve uma unica reclamacao, nao houve nenhum comentario de revolta, nenhuma queixa. Desejar que eles sejam fortes é desnecessário…nao temos conselhos para dar e neste momento, nem me parece q estamos gabaritados para tanto.

Acho q diante desta tragedia terrivel, fica sim uma liçao a todos nós aqui e pelo mundo afora, uma oportunidade de aprendizado ímpar na simples observacao do comportamento deste povo – como crianças que observam alguem  ‘sábio e maduro’ em plena ação.

Sayonara!

segunda-feira, 7 de março de 2011

O balancê balancê…quero dançar com vc!!!

…entra na roda, morena pra ver…o balancê balancê!

Quando por mim você passa
Fingindo que não me vê
Meu coração quase se despedaça
No balancê balancê

Você foi minha cartilha
Você foi meu ABC
E por isso eu sou a maior maravilha
No balancê balancê

Eu levo a vida pensando
Pensando só em você
E o tempo passa e eu vou me acabando
No balancê balancê…

Terceiro carnaval da pqna! No primeiro se divelittle white snowrtiu pegando os confetes do chao vestida de branca de neve. Ano passado fomos pra praia e lá foi minha gatinha de ciganinha!

Hj a levei pra uma matinê de carnaval  diferente – era um buffet de festa infantil q (des)organizou um evento de carnaval no espaço. Tava uma zona, uma barulheira, a molecada com aqueles sprays de um tipo de mousse branco, vuvuzelas, confete no copo de refrigerante, serpentina por cima da batatinha e uma competiçao entre a banda tocando e as crianças e adultos berrando…

20100117122919Eu nao gosto nem um pouco destas atividades muito barulhentas, lotadas ou com organizaçao precária…e a gatinha tb nao curte muito multidao, no começo tava meio intimidada com o burburinho e o vestido da barbie (o proprio, q já esta imundo depois de enfrentar dois dias de festinhas rsss) por ser longo, atrapalhava qdo ela tentava subir no brinquedão ou correr. Mas ela nao queria tirar…

Enfim, estava lá tentando me abstrair do barulho e de olho nela pra ver se nao rolava nenhum ‘acidente’ qdo a banda q tocava marchinhas de carnaval ao fundo conseguiu finalmente se sobressair a toda barulheira. Comecei a ouvir ‘o balancê, balancê…quero dançar com vc!’ – era apenas a melodia, tocada por tiozinhos com roupa de fanfarra…mas foi como se alguem tivesse dado play num filme bem antigo dentro da minha cabeça, foi um flash-back como de cinema, pois conseguia ver os detalhes.

Eu estava de ‘sarongue’ com colar havaiano na cabeça em formato de coroa, outro ia enrolado no tornozelo como se fosse uma tornozeleira/polaina rsss. Usava batom vermelho, neste dia havia deixado meu aparelho movel descansando em casa – e obviamente, colocado ainda todo tipo de maquiagem q tinha direito, devia ter 11 para 12 anos e estava na matinê do clube prox a nossa casa…depois da produçao, a gente carregava as bixigas e martelinhos pra festa…um momento mais representativo da ambiguidade da pre-adolescencia certamente nao existe!

Me lembro q minha mae ficava sentada na arquibancada lendo algo e provavelmente esperando o tempo passar (mais ou menos como eu estava hj, mas com um pouco mais de conforto rsss), enquanto eu e minhas amigas davamos quilometros de voltas no circulo ovalado q se formava no salão. Os meninos formavam um tipo de corredor e a gente ia dançando, meio andando, no meio do corredor…nestas voltinhas apareciam as ‘paquerinhas’. Hj vejo q isso devia ser um ensaio da dança do acasalamento rsss…mas pelo menos nao tinha funk nem rebolation! O maximo da ‘sacanagem’ era gritar ‘bicha’ na hora do ‘será q ele é?’ rsss Bem…foi neste cenário q um menino menos timido saiu do seu posto no corredor e colocou as maos na minha cintura enquanto ia ‘dançando’ pra um lado e pro outro no meu ‘passo’ rssss. Eu lembro q quase morri de vergonha!!!! Aquele ‘pirralho’ tinha 1 ano mais q eu, mas como era menino…aparentava menos!

Ele ia me perguntando coisas enquanto a gente ‘dançava’ e obviamente q as perguntas eram banais e as respostas laconicas….rsss. Baile de carnaval certamente nao é lugar pra filosofar…mas naquela idade (e de frente pra minha mae na arquibancada) nao era tb lugar pra beijar rsss entao segui com aquele fantasia black powermenino de papagaio de pirata até o descanso da banda rss. Me lembro q me escondi numa destas paradinhas mas qdo a banda voltou o garoto me achou de novo, e já me considerando seu par…veio dançar! Tb me lembro da carinha dele – q nao era meu tipo de paquera – do cabelo claro enroladinho, mas por mais q ele nao fizesse meu tipo, eu tb nao queria deixa-lo chateado dizendo q nao estava a fim de dançar com ele. (ah como sou fofa!…me preocupava com os sentimentos do sexo oposto! Smiley de boca aberta)  e enfim, se eu nao estivesse com preguiça agora pra subir no guarda roupa, certamente saberia o nome dele, pois tenho certeza absoluta q esta passagem carnavalesca deve estar descrita em detalhes no meu diário deste ano. Desconfio q era César…mas a confirmaçao ficará pro futuro, pq minha curiosidade neste momento nao é grande o suficiente para compensar a crise de espirros q terei ao mexer naquela caixa rsss

No final das contas, depois de passar alguns minutos pelo flash-back com a trilha sonora esta tarde, fui chamada a realidade pelo som do ‘mamaaaaaaaaaae olha euuuuu aqui!’ (é isso!…pelo menos 3 anos de idade a gente  ainda QUER muito q a mae olhe o q a gente tá fazendo rsss)fantasia de carnaval desfile no rio de janeiro

Depois desta matine aos 11 anos, pulei muitos carnavais em salões…a medida q fui ficando mais velha, passei a viajar com os amigos pra praia, depois com namorados, trios eletricos na bahia, desfile no rio de janeiro, por de sol em maresias…realmente aproveitei a independencia destes carnavais da melhor forma possível.

Hj estou feliz por encontrar formas para divertir a gatinha nestes dias, e por aproveitar o meu carnaval (quem diria!!!) da forma q eu realmente mais queria neste momento: em casa, descansando…no silencio da cidade vazia, no aconchego do meu quarto – principalmente depois da viagem cansativa da semana passada! Mas depois de voltar no tempo e assistir o filme destes carnavais passados, me vi feliz e curiosa  diante da expectativa -  q outras surpresas os proximos carnavais irão trazer? Garoto paquerando

sábado, 5 de março de 2011

Estou de volta pro meu aconchego…

Trazendo na mala bastante saudade…(e um vestido da barbie!!! rsss)

E aqui estou, escrevendo este post pq nao da pra dormir…e nem e por estar apertada…Sao 14h54 em dublin, 11h54 em SP. Sai do hotel pro aeroporto as 3h30 da madrugada de Dublin, e obviamente to muito cansada…mas quero minha caminha!

Mesmo q neste voo de volta pra casa – um voo q eu esperava q estivesse atolado de gente por conta da vespera de carnaval no Brasil – eu esteja até mais espaçosa que no meu apartamento rss

Me supreendi sim com a pqna qtdd de pessoas, mas acho q deve ser por conta do horario do voo – diurno. O aeroporto de Amsterdam estava no entanto bem preparado para o embarque pre-carnaval para o Brasil. Havia provavelmente mais cachorros farejadores de drogas q pessoas no portao de embarque. Mesmo pra quem ama bicho, é sempre um constrangimento deixar aqueles cachorroes cheirarem a gente…

Bem, mas pra chegar em casa logo e ver minha gatinha feliz vale qq quase tudo Alegre A noticia boa é q o voo chegará em SP 1hora mais cedo…q bom, assim compensam a dor de cabeça q me deram na ida pra Dublin (o voo atrasou 2h, perdi minha conexao, minha bagagem nao foi despachada no segundo voo, bla bla bla…ja passou!).

Desde q a minha pqna nasceu, já tive q viajar 4 vezes a trabalho – foram viagens das quais eu nao tinha como fugir. E esta é sem duvida a primeira vez em q passo os dias trabalhando tranquilamente, sem aperto no coraçao, sem nó na garganta, sem aquela angustia e ‘o q é q to fazendo aqui’…

Ai eu descobri q na verdade o q me fazia ficar tao apreensiva era a angustia dela. No primeiro ano, como qq mae de bbs, eu obviamente senti uma falta absurda dela, havia voltado da licenca maternidade fazia poucos meses e a viagem foi o primeiro momento de separacao para nos duas…ela tinha 11 meses. Pra ela foi muito tranquilo pq ainda nao se dava muito conta do q rolava..pra mim foi extremamente doloroso. Na segunda vez foi mais problematico…bem mais, ela já sentia e de certa forma percebia minha ausencia e nao conseguia se expressar (nem entender), aí acabou ficando doente qdo eu voltei e me deu um trabalhao…e na terceira q faz alguns meses tb foi complicado, ainda q um pouco melhor q da segunda vez…eu me lembro do dia q liguei a noite e podia ouvir os gritos dela chorando ao fundo ‘quero a minha mamaeeee’…a sensacao de impotencia é terrivel…sabia q afetava a todos a volta, nao apenas a ela…mas tb aos avós q gentilmente se ‘mudaram’ pra minha casa durante uma semana.

A parte boa desta terceira viagem é q a minha volta fez com q ela fixasse uma informacao importante, a mamae vai..mas volta! Isso facilitou muito as coisas…tanto q até agora, 6 meses depois, ela ainda comentava q a mamae foi pra irlanda e trouxe o ‘duende’.

Desta vez o elemento da minha busca foi ‘o vestido da barbie liana, do castelo de diamante’…qdo descobri q viajaria, eu disse pra ela ‘mamae vai de novo pra irlanda, vamos escolher um presente pra eu trazer de lá?’

Pra facilitar minha vida, e sabendo da fase de fixacao em fanstasias de princesas, sugeri q a gente escolhesse um vestido. ela ficou empolgadissima…qdo abri o laptop e fiz uma busca por fantasias de princesas, apareceram varias imagens e nao tive nem tempo de escolher um site para mostrar pra ela…ela ja apontou um vestido e gritou ‘é este mamae, é este vestido q eu quero!’.

Fui espiar…ai ai ai…em todas as lojas online de SP Vestido Barbie Lianao tal vestido nao tinha tamanho P, era muito azar o meu! Consegui encomendar de uma tia no Mercado Livre, no interior de SP. O vestido chegou e escondi como ouro…uma parte da minha saga estava resolvida. A partir daí começamos a investir no assunto, comprei o DVD em q a Barbie usava o tal vestido (qdo a danadinha escolheu, só se baseou na cor e no ‘brilho’ a gente nem sabia do que era rsss). Durante umas 3 semanas falamos bastante sobre o vestido q eu traria da Irlanda rsss

E pra ajudar, do qto seria divertido pra ela…pois enquanto a mamae estivesse na irlanda, ela iria passar dias maravilhosos no hotel fazenda em ferias com a vovó e o vovô. Ah sim, e repetiamos q a mamae voltaria em 5 dias, e contavamos os dedinhos 1, 2, 3, 4 e 5! aí  a mamae chega…

Fiquei no aeroporto enquanto ela e os avós seguiram pro hotel fazenda. Falei com ela todos os dias e fiquei muito feliz pq ela nao apenas aceitou falar (coisa q nao é comum!), mas ainda contava feliz o q tinha feito com a vovó e o vovô, da piscina, do desenho…e claro, perguntava do vestido e do ‘dia’ rssss e dizia eu te amo, um beijo mamae!

Todas as noites qdo ela se deita em casa, pede pra eu cantar a musica do aconchego, q se tornou nossa musica depois da ultima viagem, pq ela adorou a parte do ‘é duro ficar sem vc vez em qdo, parece q falta um pedaco de mim…’ rssss. sempre me perguntava mas mamae ficou faltando um pedacinho na sua bochecha? e nao adiantava dizer q era no coraçao, na alma rsss

Estes dias senti q o meu pedacinho ainda estava faltando, mas q tava mais facil de lidar com a falta dele por uns poucos dias…a voz alegre dela me deu tranquilidade para trabalhar estes dias e esperança de q nas proximas tudo sera cada vez mais tranquilo! As viagens fazem parte da minha rotina de trabalho, nao tenho como evita-las nesta área, mas é sem duvida um exercicio de concentraçao extra. Nao bastasse o cansaço, a diferença de fuso, em todas as outras vezes havia ainda este aperto q nao saia do meu peito.

Faltam apenas 5h para chegar em SP, o vestido da Barbie está na bagagem de mao Alegre e amanha teremos um dia especial! Nós duas estaremos fantasiadas de princesa para uma big festa onde a familia ira comemorar aniversario da minha sobrinha, casamento da minha irma e bodas de prata da minha mae. Apesar da chuva e friozinho q me esperam em SP, este carnaval será especial, ficarei grudadinha com minha pqna, matando as saudades com pipoca, filminhos e muita beijoquinha!!!

‘Me alegro, na hora de regressar…parece que vou mergulhar…na felicidade sem fim….’ Coração vermelho

quinta-feira, 3 de março de 2011

O tempo da beleza, na beleza do tempo.

Depois de cruzar novamente com uma triste imagem ‘desfilando’ de mini-saia e super decote a tarde no shopping prox ao meu trabalho, resolvi escrever este post, mas ele acabou ficando gravado apenas nos rascunhos, entao publico agora: tratava-se de uma mulher até bonita, mas com figurino e trejeitos totalmente desconexos de sua ‘realIDADE’.

Bem…vamos dizer q funciona mais ou menos assim…um belo dia, diante dos nossos trinta e poucos anos (ou muitos!), a gente acorda e descobre que já nao dá mais pra continuar comprando roupas nas mesmas lojas...ou pq seu corpo mudou, ou seu rosto ou sua cabeça – e muitas vezes por tudo ao mesmo tempo.

Tem um periodo na vida da gente onde testar o nosso poder de seduçao é algo extramente atraente...é como se todas as açoes se concentrassem em evidenciar aquilo que temos de mais sexy, de mais convidativo ao sexo oposto (ou ao mesmo...dependendo do seu foco!)...neste periodo, a gente se veste pra matar – e qtas vezes a gente nao ve excessos por conta desta fase de construçao de auto-estima? É nesta fase onde ser rotulada de gostosa ou tratada como objeto de desejo nao nos ofende nem um pouco...afinal, somos femeas jovens exibindo nossos dotes para os machos de plantao. Acho que isso é perfeitamente natural, esperado e saudável...

O problema é que o tempo passa para todos nós...e estas mesmas femeas ‘amadurecem’ – isso significa que se ganha experiencia, se ganha jogo de cintura (e centrimetros a mais nela tb rsss), se ganha ousadia, se ganha confiança...mas se ganha tb uma responsabilidade adicional – o que antes era sexy agora fica vulgar e a palavra chave para evitar a apelaçao é a elegancia!

Mas quer dizer que envelhecemos e nao podemos mais colocar o umbigo de fora? Bem...se o seu umbigo for escultural vc pode, no sexy beyond agecontexto correto...na praia com um biquini elegante – comportado. Agora, andar de calça cintura baixa com piercing no umbigo beirando aos 40 anos pra que??? A esta altura já se tem um senso bem desenvolvido do que cai bem, o que valoriza, o que é ser ‘elegante’ e como usar outros atributos para chamar atençao de quem lhe convém…Na minha opiniao (da qual alias, muita gente parece discordar!)  quem precisa exibir o corpo mais que o necessário depois dos 20’s – mostra que os outros valores conquistados ao longo do tempo nao estao tao bons para serem evidenciados ainda!

Por conta disso que tantas filhas e maes competem por ‘visibilidade’. Veja que estamos num mundo onde ter 40 anos pode ser o auge da beleza – qtas mulheres maravilhosas com 40 anos, saudaveis, com corpos bem cuidados, cabelos, pele, ativas em todos os apectos, inclusive engravidando, namorando homens de todas as idades, fazendo e acontecendo! Mas nem por isso devemos esquecer que um biquini fio dental aos 20 é exibiçao, aos 30 é negaçao e aos 40 é apelação...

Eu tenho pensado muito sobre isso...daqui 3 anos farei 40, eu ainda estou na casa dos 30 mas hj ja faço muitas coisas pensando em manter minha boa saude e qualidade de vida depois dos 40. Nao quero mais cometer tantos excessos, depois dos 30 eu comecei lentamente a desacelerar minhas rotinas fisicas e aumentar as minhas rotinas intelectuais. Menos balada e mais livros, menos oba oba e mais meditaçao. A rotina do exercicio fisico é uma religiao que deve acompanhar até a morte se desejamos manter saúde e flexibilidade. A medida que o tempo foi passando comecei a me ajustar para manter um ritmo menos desgastante – em todos os aspectos. E ao contrario do que poderia-se esperar, nao tem num pouco abalada com isso…gosto do que vejo no espelho, em muitos aspectos gosto mais do q gostava no passado! Obviamente tem coisas q nao gosto…nem por isso as ignoro! Fazem parte da minha história de vida.

A verdade é que nao tem nada pior q fingir que nao se vê o tempo passar! Os homens se tornam playboys metidos a garotinhos, e as mulheres  ‘cocóticas geriatricas’. Pra que isso??? A expectativa de vida tem subido assustadoramente (sei lá quem querer viver tantos anos no futuro!!!), uma oportunidade entao pra gente começar a dar valor pras coisas, certas na hora certa…cuidar dos nossos atributos menos perecíveis tb…pra manter a bunda durinha é só malhar…mas é o cerebro tinindo? Aparentemente isso parece nao abalar tanto as pessoas qto o q é ‘visível’ Pois bem, vale lembra q é ele q vai garantir que se chegue la na frente com capacidade de reconhecer as pessoas a volta e chama-las pelo nome (correto rsss)…de compartilhar lembranças do passado, além saber tb o q comeu na hora do almoço ou se tomou os remedios do dia rss!

Gostaria de ver a mídia enfatizar a falta de vigor intelectual comoRUN BRAIN, RUN! enfatiza a falta de boa forma…se faz mais escandalo pq modelos tem celulite do que pelas bobagens q falam ao abrir a boca…bem, odeio ser critica e pessimista…mas q esperar da midia num momento onde a rede de maior audiencia nacional coloca no ar periodicamente programas cujo o objetivo é apenas mostrar corpos malhados e alcoolizados, quem vai se empolgar em ler um pouco mais ou aprender um novo instrumento musical?

Entao ficam aqui dois desafios que eu encarei.

Teste a idade da sua mente: Brain Age Test (em ingles) e depois teste a idade do seu ‘corpo’: Idade Interior. Nos dois casos eu consegui um resultado melhor que minha idade real...satisfeita? por hora…! but, let’s keep walking - fast…and always, studying Smiley piscando

Green…de raiva!

Muito bem…todo mundo sabe q é legal repensar o disperdicio de recursos naturais, colaborar de alguma forma com a preservaçao do meio ambiente, reciclar o lixo, economizar papael, evitar consumo desnecessario, etc..etc…etc..

Eu tenho o maior respeito pela iniciativa e pessoalmente já separo o lixo de casa para colaborar com a coleta seletiva do condominio, deixo menos luzes acesas e tento ensinar minha filhota sobre o respeito pelo nosso único planeta.

Masssssssssssssssss confesso q fico irritadissima com este abuso de marketing ecológico q algumas empresas fazem. Em especial, os hotéis…to eu aqui em Dublin de novo (onde alias, tudo é GREEN mesmo rsss) e desta vez num low-cost q fica perto do campus da empresa onde trabalho. Já estive neste hotel varias vezes, mas já fazia uns 2 anos q nao ficava aqui. Pois bem…nestes 6 anos desde qdo eu estive aqui pela primeira vez até hj, pouca coisa mudou.

Uma mudança no entanto deu pra perceber logo de cara…na parede do banheiro, aquelas etiquetinhas avisando q vc pode colaborar com o meio ambiente evitando trocar suas toalhas diariamente. E aí no dia seguinte se vc nao quiser se enxugar com uma toalha cheirando a cachorro molhado q secou no banheiro sem ventilaçao, vc deve joga-las no chao para q sejam substituidas…caso contrario as fedidinhas ficarão por lá, a semana toda…

washing_hairO chuveiro é o que há! É preciso ficar ‘mirando’ o corpo embaixo dos fiozinhos ralos de agua…a pressao é rídicula! Na parede um aviso q ‘ser green é ser cool’ – WTF!!!! a unica coisa q vejo green numa situacao destas é o bolso dos donos das redes hoteleiras…ahhh, e se vc tiver um pouco mais de cabelos, ficará longos minutos tentando tirar o shampoo dos deles…além do tempo q se perde, talvez gaste ainda mais agua. Bem, antigamente a gente diria ‘ah, este chuveiro tá uma bosta…’, agora diz-se que o ‘chuveiro é green’ . Sorry, acho q nao to preparada ainda pra tomar banho em chuveiro green por muitos dias Smiley decepcionado

Justiça seja feita…isso pode ser recente aqui nesta rede, mas a moda já pegou faz tempo em várias cadeias hoteleiras…e nao é exclusividade de low cost. Alias, em setembro de 2010 estive num resort em Maceió bem carinho, onde as recomendações para ‘colaborar com o meio ambiente’ eram as mesmas…só q em portugues. Entao, alguma dúvida de que quem tá ficando bem green é a conta dos hoteis? Eu nunca vi nenhum deles dizendo que investe x% pra apagar sua pegada ecológica..aliás, se dúvidar já já vao disponibilizar (tal qual as companhias areas) o valor adicional para q o hospede pague como forma a compensar sua emissão de carbono durante a permanencia no local! onda_green_good_deal_pros_hoteis

Ah sim…no meio de toda esta campanha ‘tome um banho meia-boca e enxugue-se com toalhas cheirando a cachorro molhado, seja green’ eu descobri q o valor da diária do hotel subiu 15 euros nos ultimos 5 anos…e com a crise q atinge a regiao no momento (com desemprego na faixa de 30%!) tenho certeza de que se nao fosse a campanha green q deve ter colaborado na diminuição dos custos do hotel, a tarifa talvez tivesse subido ainda mais – e preciso dizer q já chegaram ao limite do economico: já nao tem mais garrafa d’agua no quarto, nem shampoo, condicionador, nem touca, nem…nem…bem…bem, da proxima vez acho q terei q trazer papel higenico de casa! rssss

É isso aí, agora vou lá secar meu cabelo mal enxaguado com o secador green, pra isso, alem de ficar toda torta de forma que o fio consiga me ver no espelho já que o fio é muito curto e nao da pra mudar o secador de posiçao, ainda é preciso manter o dedo apertando initerruptamente o botao enquanto se seca o cabelo…obviamente nao da pra aguentar mais de 30 segundos pq a mao começa a doer, aí depois de trocar de dedos e de maos algumas vezes, a gente desiste de secar o cabelo e joga a porcaria do secador green dentro da gaveta, alias, onde ele esta devidamente ‘aparafusado’ pra ninguem ter a ideia de levar esta maravilha para casa….

Pior q isso acho q só um chuveiro q peguei em Milão (e se nao me engano em Veneza tb tinha algo do tipo, mas em Milao eu me lembro bem!!!) O chuveiro nao era um chuveiro normal, lá em cima. Era como uma duchinha destas que ficam penduradas na lateral do chuveiro normal, SÓ ESTA DUCHINHA. Para a fofa funcionar vc precisava apertar o ganchinho…apertava e saia agua, soltava e a agua cessava. E ai…se vc segura com uma mao a duchinha e a outra vc pode usar para ensaboar, etc. Mas como é q se lava o cabelo com esta duchinha? simples, igual se lava louça economicamente. vc fica lá geladinha no frio enquanto espalha o shampoo pelos cabelos, depois vc pega a duchinha e vai até o limite da dor pressionando o ganchinho para q a agua caia, obviamente q o processo é desconfortavel, cansativo, irritante e nada nada nada pratico. Eu tentei de tudo, ate prender com elastico…mas nada funcionou. Foi o pior banho q ja tomei num hotel! E o pior – o hotel nem era dos mais baratos e nao havia nenhuma motivaçao GREEN para ‘apoiar/justificar’ a ‘amostra’ de banho! 

Mas enfim, é isso…protesto registrado! Agora, FUI…de verde esperança pra chegar logo em casa, e tomar um banho no meu chuveiro ma-ra-vi-lho-so e ‘prateado’ Smiley de boca aberta