Em tempo...

Me parece que a maior crise da atualidade é a escassez de tempo! O tempo está minguando... Mas onde foi parar afinal? Está escondido no trânsito? Na má organização pessoal? Ou disfarçando a preguiça? Seja como for, eu também sofro deste mal - agravado pelos multiplos papéis que desempenho - tenho visto os anos passarem sem que o desejado 'tempo' fique mais disponível! Este blog é um desafio pessoal, pretendo imprimi-lo para compartilhar com minha filha qdo esta crescer - espero q ela tenha mais habilidade que eu para gerenciar sua vida profissional, academica e as demandas dos meus netinhos :D


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Visitante indesejada

Finalmente, aconteceu o q eu temia…em casa apenas eu, a pacota e uma barata. Para amenizar o meu desespero vou chama-la de dna. baratinha.

Em 6 anos morando neste apartamento, esta é a segunda vez q a dna baratinha vem nos visitar. Mas eu sempre me preocupei com como reagir pra que a pqna nao ficasse com medo tambem.

Por sorte ela só cruzou meu caminho depois de ter dado o leite da gatinha e já ter tomado meu café da manha tb, ou teriamos ficado as duas em jejum. Estava saindo da cozinha pra sala qdo aquela coisa horrorosa, ops, a dna baratinha atravessou a cozinha. Eu dei um pulo de desenho animado e um gritinho ridiculo e corri pra sala, onde falei ‘fica aí, fica aí’ para a gatinha. Ela nao entendeu nada, enquanto eu ia fechando a porta da cozinha e procurando almofadas para colocar no chao de forma q a dita cuja nao pudesse vir pra sala.

Ai o seguinte dialogo se deu:

- Mamae o q foi?

- Tem uma barata na cozinha e eu nao gosto de baratas!!!

- Eu tb nao gosto mamae de barata.

- Entao fica aí!

- E pq vc fechou a porta?

- Pra ela nao vir pra cá!

- Pq ela tem q ficar lá?

- Pra tia Vera matar qdo ela chegar!

- Mamae, pq vc correu e gritou?

(como dizer pra uma criança q a mae tem medo de uma coisa ridicula destas?)

- Pq eu quase pisei na barata!

- Mas mamae e pq vc nao pisou?

(pela logica se eu tivesse pisado teria matado….q m!)

- Pq eu nao gosto de baratas! Vamos fazer o seguinte, qdo vc ouvir o barulho da tia Vera destrancando a porta vc me avisa, mas nao abre a porta da cozinha.

- Tá bom mamae, eu posso gritar bem alto ‘tia Vera tem uma barata na cozinha’?

- Pode….(deve)

Ocorre q a curiosidade da criança é infinita, fiquei um tempao repetindo nao abre a porta da cozinha q no entanto é tudo o q ela mais queria, afinal, q bichinho curioso é este q faz a mamae se esconder?

Enfim, quem tem crianças pqnas sempre vive o dilema de colocar ou nao veneno na casa, dedetizar ou nao…uma vez eles ainda enfiam coisas q caem no chao na boca com frequencia, e se vc já viu um cachorro intoxicado com os venenos q se usam em casa, certamente tem motivos a mais pra resistir. Mas depois deste episodio, q eu ja previa enfrentar em algum momento no futuro, devo reconsiderar e contratar o serviço novamente.

Graças a Deus isso se deu de manha, se fosse a noite eu passaria a noite muito mal dormida!

E hj é o dia em q minha empregada super-heroína vai ganhar um aumento! Alegre

(texto sem ilustraçoes, pq nao consigo nem pensar em colocar uma imagem pra ilustrar esta situaçao!!)

sábado, 9 de julho de 2011

Um amor de quatro patas

Dificil escrever este post sem chorar, por outro lado é uma necessidade quase terapeutica escreve-lo. Era inicio de 2001 e eu havia me mudando recentemente da casa da minha mae para o meu apartamento. Pensava seriamente em terminar um namoro que ia mal, mas tb pensava q me sentiria muito mal sozinha naquele apartamento…nao queria voltar pra casa da minha mae tb. Decidi entao comprar um cachorrinho, pesquisei as raças que viviam bem em apartamentos e aceitavam bem ficar algumas horas sozinhas, etc…decidi q queria um yorkshire. Como os preços eram exorbitantes, depois de muito garimpar eu consegui um ultimo filhote de uma ninhada, vindo do litoral.

O criador ia viajar logo e me trouxe o filhote no dia seguinte – dentro do bolso da jaqueta, por uma pechincha…metade do preço normal. Pensei obviamente q poderia estar sendo enganada mas ao ver aquela bolinha de pelos pretinha, me apaixonei e nao ligava mais a minima se ele era um york ou um vira-latas. Levei a bolinha ao veterinario no dia seguinte para tomar as vacinas e descobri q ele nao tinha nem um mes ainda, q o criador havia sido um irresponsavel por desmamar o bichinho com tao pao pouco tempo…ele nao tinha um unico dentinho na boca. atilinha_sonoBem, comecei aí a aprender um pouco sobre cachorrinhos. Comprei uma raçao de desmame, e aos poucos ele foi crescendo e ficando mais fortinho…e mais sem-vergonha tb. Nao preciso dizer q dispensei o namorado-mala menos de 1 mes depois q o cachorrinho estava em casa Alegre 

Mas comecei a ter dor de cabeça no meu apartamento tb pouco depois pois com alguns meses o peludinho começou a marcar territorio dentro do pqno apartamento. Ele fez xixi em todos os cantinhos possiveis, alem de se esfregar em todas as almofadas disponiveis. Lembro q fiquei durante 2 meses testando produtos e tecnicas, ate o dia q cheguei em casa e ele estava lá…havia rasgado meu sofá num dos lugares onde eu tinha tentando um produto novo, nao havia uma unica almofada seca, e até mesmo o meu travesseiro estava molhado. Bem, na semana seguinte ele estava no veterinario para ser castrado. Ao contrario do q muita gente pensa, o cachorrinho nao fica sem ‘pipi’ por causa disso…sao as bolinhas q sao retiradas e por conta da baixa produçao de hormonios, ele tende a cessar alguns comportamentos (obsessivos) como os q estavam me incomodando. Obviamente isso deve ser feito até uns 6, 7 meses, caso contrario o cachorro pode ter criado habitos dificeis de se modificar mesmo com a castraçao. No nosso caso, resolveu, ja podia andar com ele nas ruas e ao chegar em casa já encontrava quase tudo seco.

Ele sempre foi muito brincalhão, esperto, aprendeu varios truques, adorava passear e se sentia mais valente q seu tamanho recomendava. Curiosamente ele tb tinha uma implicancia com vozes mais altas, ou com pessoas estabandas rss…foi assim com a minha empregada durante muito tempo – eu sabia q ela amava animais, e o tempo q eu estava fora ele ficava razoavelmente bem com ela, mas nao permitia q ela entrasse no meu quarto e ficava tentando morde-la sempre q eu estava por lá, ela nao podia se aproximar para falar comigo q ele avançava nela. Eu li muito sobre cachorros mas nao consegui aplicar muitos dos meus conhecimentos no comportamento dele, na verdade eu achava até um pouco engraçado.

Até o dia em q me vi gravida e o pai da minha pacotinha se acomodando em minha casa, o caos começou…o peludo nao suportava a presença dele, já havia mordido meu ex namorado antes mas o pai dela ele mordeu varias vezes. Cada passo q ele dava em casa, o peludo o cercava com os dentes de fora…eu tenho consciencia de q eu nao tive habilidade necessaria de enquadra-lo na nova hierarquia da matilha, como os cachorros se veem vivendo entre humanos. Tantas mudanças já ocorriam na minha vida q eu tinha q escolher minhas batalhas, pra algumas eu tinha soluçoes…pra outras nao. Muitas brigas e algumas mordidas depois, eu conversei com minha mae e pedi q ela ficasse com ele por um tempo. Ele gostava de lá, e já estava acostumado com o local pq ia sempre comigo lá, inclusive ficava lá qdo eu viajava. E lá na casa dela tb havia outra cachorrinha, uma poodle q compramos qdo eu ainda morava lá, gorda e peludona.

Apesar de saber q isso diminuiria minha brigas e deixaria minha gravidez seguir curso um pouco mais suave, eu sofri muito qdo o levei pra lá, foi como se tivesse q lidar com a primeira morte dele. A noite eu sentia falta de ar, e cultivei uma magoa enorme sem dúvida – por ter tido q escolher entre viver em relativa paz com o pai da minha pacota e com o cachorrinho q eu amava e já fazia parte da minha vida. Com muita culpa e uma dor no peito q nao passava eu fui melhorando com a terapia e com os tratamentos homeopaticos. Alias, na terapia já haviamos discutido algumas vezes sobre meu apego extremo ao peludinho, era bem claro q ele significa a substituiçao do filho q eu queria tanto…Mas a verdade é q eu queria tudo…o filho, a familia e o cachorro…e a realidade foi uma fase cheia de concessões, de escolhas feitas sem muita certeza.

O q me consolava é q meu companheirinho continuava perto, e sendo muito amado e bem cuidado. Mas qdo eu ia a casa da minha mae, evitava dar muita atençao a ele, queria q ele fizesse logo a transferencia para a minha mae, q nao esperasse q eu fosse leva-lo de volta comigo pra casa. Foi muito dolorido e foi aí q aprendi q amor é amor…amava pessoas e amava meu cachorro, e o sofrimento de abrir mao dele foi como o sofrimento de me afastar de uma pessoa q amava. Muitas pessoas odeiam esta comparaçao, mas a verdade é q o meu coraçao doia como se tivesse perdido alguem. Superei na base da correria, pois logo a minha filha nasceu e eu nao tinha mais tempo para nada.

atila focinhoO peludinho ia bem na casa da minha mae, até q quase 3 anos depois descobrimos q estava com diabetes. Ficou totalmente cego, perdeu seus pelos bonitos e brilhantes, emagreceu a ponto de ficar só pele e osso…vivia com as orelhinhas infeccionadas e tomava insulina todos os dias. Lembro da ultima vez q o levei ao veterinario – qdo decidi q seria a ultima mesmo. Ele sofria muito, tinha q imobilizar e colocar focinheira para qq coisa, desde fazer o exame de sangue até cortar as unhas. Eu acabei conseguindo cortar a unha dele em casa e resolvemos q nao iriamos mais submete-lo ao sofrimento dos exames…mesmo q isso significasse viver menos. Ele continuava comendo muito e latindo bastante, andava lentamente pq nao enxergava nada mas ainda ouvia bem e mantinha algum olfato – ele fazia xixi pela casa da minha mae toda…e nos preocupavamos em como fazer com ele em dias de festas já q era muito arriscado q as pessoas pissasem nele.

Ontem cheguei de uma semana de ferias maravilhosa com a minha pqna e a biza, estavamos no sol de Goiania e voltamos pro inverno de SP. Ao chegar na casa da minha mae com as malas, vejo apenas a poodle gorducha…logo dei falta do pqno. Minha mae apenas olhou, nem precisou responder…é a segunda vez q me sinto de luto pelo mesmo cachorrinho. A minha filha me abraçou e disse ‘mamae vou cantar uma musica pra vc parar de chorar’…

Qdo estudamos a domesticaçao dos animais, entendemos q os cachorros tem diferentes papeis junto aos seres humanos. Existem animais q foram domesticados para caçar, outros para guardar, outros para esquentar a cama (!!) e outros para companhia. O meu ex-peludinho cumpriu bem a funçao dele. Meu companheirinho durante 6 anos e meio, alegrando a casa da minha mae por mais quase 4 anos. Diz o kardecismo q a distancia entre o ser humano q habita este planetinha dos espiritos evoluidos e puros é praticamente a mesma distancia entre os animais e os seres humanos como conhecemos. Dizem tb q dificilmente reconheceriamos um animal qdo este chegasse a sua vida humana, como seria dificil reconhecer o adulto pelo feto q ele foi. Nao sei entao se terei a sorte de cruzar com o peludinho querido nas ‘vidas’ afora…mas agradeço muito a Deus pela oportunidade de conviver com ele e pelo amor incondicional q ele ofereceu nos anos em q conviveu conosco, ele sem duvida cumpriu com louvor seu pqno papel neste planetinha – o de fazer companhia e amar.

sábado, 2 de julho de 2011

Entre argumentos e decisões…

Sou um pouco radical nisso - eu penso q aqueles q demoram demais pra se decidir nao sao pessoas necessariamente cautelosas, mas sim lerdas. Gostaria de ser mais condenscendente, mas a verdade é q pra quem tem por habito decidir as coisas rapidamente, ter q lidar com a indecisao dos outros na vida em geral, seja no trabalho, no transito, no mercado, no restaurante (onde vc já sabe até a sobremesa q vai pedir e a outra pessoa ainda esta lá meditando sobre a entrada)…é muito irritante!. Nao importa se são decisoes cotiadianas (onde ir, o q fazer, pra onde viajar…) ou grandes (empregos, casamento, filhos, moradia…), eu sou do partido dos q se arrependem do q fizeram e nao do q nao foi feito Smiley piscando E nao me arrependo disso rsss. 

E a verdade é esta mesmo - qdo olho pra minha vida penso q até me indecisc3a3oarrependendo de ter feito algumas coisas, mas nao me arrependendo de ter deixado passar oportunidades, nem de ‘nao ter feito’ algo q gostaria de ter feito, algo q eu lamente. Acho q sou ousada o suficiente para correr riscos (q calculo a minha maneira) e buscar as coisas q quero. Claro q nem todas as minhas tentativas deram certo, mas eu nunca pequei pelo excesso de cautela ou pela indecisao…

Também já tive q justificar minhas decisoes muitas vezes – pras pessoas ao meu redor, para o mundo em geral, e acredito q minha segurança sempre se deu ao fato de eu acreditar nos argumentos q trazia, nos conceitos q sustento até hj. Eu tenho dificuldade com pessoas muito monossibilabicas ou q se expressam com dificuldade, ou q tem limitaçoes na hora de argumentar suas razoes, atitudes, opinioes. Acho q é simples entender isso – se vc tem alguem q argumenta vc tem chances de chegar em algum acordo a medida q ambos usem logicas parecidas ou um mesmo senso comum. Já com as q nao se expressam, a sensaçao de lutar contra os moinhos de vento é constante – e nada agradavel.

Bem, como mas fica qdo as crianças, nossas mini-copias – do alto dos seus 3, 4 anos – resolvem ser ‘decididas’ e se colocam a argumentar?

Na realidade a gente vive um sentimento ambiguo: orgulhinho de ver a criança se arriscando, tornando-se cada vez mais autonoma – e certa frustraçao, já q nao é possivel simplesmente se dedicir por ela rsss…é preciso ter bons argumentos para fazer com q a decisao seja aceita. De forma geral as maes se acostumam a decidir pelos filhos e acho q por impulso, perpetuam esta atitude até o dia em q ela começa a ser rejeitada por estes em alguma idade. Eu confesso q sempre evitei fazer muitas perguntas sobre o q ela quer nas coisas do dia-a-dia, coisas q vejo muitas maes perguntarem. Nunca perguntei q roupa gostaria de usar, ou o q ela quer comer na hora do almoço. A razao é simples: tem q usar a roupa adequada ao local e temperatura, minimamente limpa e combinando, ela ainda nao tem condiçoes de escolher utilizando estes critérios, talvez daqui um ou dois anos, mas hj…se depender dela,  usaria o vestido da barbie dia sim, no outro tb. E com relaçao a comida idem, tem q comer o q tem…

Mas se eu consegui evitar algumas situaçoes agindo com naturalidade diante destas coisas, já tenho visto começar a despontar umas disputinhas por aqui. Ela no entanto já aprendeu a lidar com a mae q tem…é sutil, se eu separo o tenis q esta mais limpo pra ir pra escola,  ela devolve pro lugar dele e pega o outro, nao faz isso na minha frente, simplesmente calça e disfarça, nao me fala nada rsss…Se já aprendeu a evitar embates diretos, concluiu q manha e birra nao surtem efeito, tb aprendeu a tecer argumentos afiados para justificar suas solicitacoes ou decisoes. Hoje me pegou numa destas…

Geralmente qdo esta comendo, tento evitar muitas distraçoes, pra q nao tenha q requentar a comida meia duzia de vezes enquanto ela enrola pra colocar mais uma colherada minima de comida na boca. Estamos em plena fase de paixão pelo Relampago McQueen…sim, ela se veste de princesa e carrega o carrinho pra cima e pra baixo rsss, desde q o pai a levou para ver o filme no cinema…em tempo: eu jamais ousaria dizer q carrinho é brinquedo de menino, pois a mamae tb dirige nao é mesmo? Alegre 

Mas tudo isso pra chegar a ‘pérola’…hj peguei o pacote mais cedo na escola para jantar em casa pq as sextas tento evitar o transito das 18h00…qdo ia começar a comer me pediu para colocar de  novo o filme do McQueen…e eu disse obviamente um sonoro ‘nao’ justificando q era pra que ela prestasse atençao na comidinha, depois do jantar poderia ver o filme. Até q ouvi:

- Mas mamae…eu como com a minha mao e a boquinha, e eu vou ver o McQueen com os olhinhos aqui ó (apontando ainda pras jabuticabinhas rs) e vou ouvir aqui com a orelha! (depois de ter ouvido esta, eu nem corrigi pra ‘ouvido’).

mommy-girl-blondAcha q deu pra resistir ao argumento? As vezes até viro de costas, dou risada disfarçadamente, respiro fundo e me volto para ela novamente no papel de quem acredita q esta dando uma boa recomendaçao pra filha….mas hj eu nao resisti, me rendi aos argumentos da gatinha…e ela ainda comeu tudo!

Depois refletindo sobre o qto ela esta se tornando decidida, contestadora e ‘argumentadora’ fica claro pra mim: algumas das coisas q ela melhor tem aprendido com a mamae certamente são negociar e argumentar…por hj entao, ficarei apenas com o ‘orgulhinho’ Alegre