Em tempo...

Me parece que a maior crise da atualidade é a escassez de tempo! O tempo está minguando... Mas onde foi parar afinal? Está escondido no trânsito? Na má organização pessoal? Ou disfarçando a preguiça? Seja como for, eu também sofro deste mal - agravado pelos multiplos papéis que desempenho - tenho visto os anos passarem sem que o desejado 'tempo' fique mais disponível! Este blog é um desafio pessoal, pretendo imprimi-lo para compartilhar com minha filha qdo esta crescer - espero q ela tenha mais habilidade que eu para gerenciar sua vida profissional, academica e as demandas dos meus netinhos :D


terça-feira, 30 de março de 2010

O tempo da tristeza

Vivemos em tempos de fluoxetina...que evolução!!!!

Ainda que o homem tenha inventado algumas drogas que possam diminuir os danos da tristeza, ele ainda nao conseguiu uma formula precisa para evitar os motivos que nos levam a ela. Ainda estamos engatinhando em entender e domar nossas expectativas e anseios, em conviver socialmente numa harmonia, em respeitar o próximo de forma incontestável – entre outras coisas. Aquela formula tao sabiamente reduzida a ´amar ao proximo como a si mesmo´ - ou fazer aos outros o que se gostaria que fizessem para nós mesmos – me parece a solução para todos os males e ao mesmo tempo, tao dificil de ser praticada!


Qdo nos deparamos com as diversas formas de tristeza no cotidiano – não estou me referindo a grandes tragédias aqui - mas sim aquela tristeza que nos afeta com frequencia pq a vida nao é perfeita! – nos damos conta de que vivemos num mundo de emocoes efemeras. Gracas a Deus, ou a tristeza tb duraria eternamente.

A tristeza da perda de um emprego
A tristeza da nao conquista de um premio
A tristeza da nao aprovacao em um exame
A tristeza da oportunidade perdida
A tristeza de uma briga amorosa
A tristeza da separação
A tristeza do insucesso
A tristeza da solidão
A tristeza do afastamento
A tristeza da briga com um amigo ou familiar
A tristeza da ausência
A tristeza das mudanças indesejadas
Enfim...sao tantas, até a tristeza da perda de alguem que se ama, o luto – que deve normalmente superar todas as outras.

Para cada tristeza e para cada pessoa, um grau de luto, um tempo de superacao, uma estrategia de sobrevivencia. A gente acha que vai morrer qdo termina um namoro aos 17 anos no auge da paixao...mas sobrevive, pois é esta a grande meta do ser humano. A gente acha que vai morrer tantas vezes ao longo da vida, que nao irá se recuperar nunca mais, que nao irá tentar novamente, que nao irá! E no final de algum tempo, remontando nossos cacos, com cola mais grossa e resistente, nos levantamos prontos para a proxima batalha – e para o destino incerto dos momentos de felicidade ou tristeza. 

A verdade é que somos seres que vivem por ambivalencia. Se nao sentissimos a tristeza, como conheceriamos o que é a alegria? E a paz de nao estar nem tanto lá nem tanto cá – estar ok – em paz...sem grandes emocoes J

Bom, aos 36 anos de idade vc já teve que colar seus cacos diversas vezes ao longo da vida, e ja aprendeu tb que pra toda dor que nao seja a da morte – há um caminho de superação razoavelmente rápido. Tem que se trocar da faixa A para a B e esperar aquele momento em que a musica diminui o volume e faz sua pausa...mas depois de um tempo, uma nova melodia se inicia. O mundo continua a rodar e a vida continua a nos cobrar atitudes – e a tristeza? Bem...ela nos atrasa...ela nos desmotiva e nos paralisa.  

No mundo em que eu vivo nao há muito tempo livre pra tristeza...ela vai me roubar a hora da ginastica, do cabelereiro, das refeições, das leituras e das comédias. Ela vai roubar as poucas horas que tenho para uso proprio se me entregar a ela, pois nao me motivará a fazer nada das coisas que gosto ou faço apenas para mim. As vezes respeito-a. Deixo-a ficar...mas só um pouco, só o suficiente para que meu coração ganhe folego...nao ofereço cafezinho nem faço sala. Eu atendo a tristeza em pé na porta...e o tanto qto mais desconfortavel isso possa ser, maior a minha vontade de manda-la embora pra procurar uma posição mais confortável.

E hoje é este dia – meus pés já estao um pouco cansados de ficar em pé ao lado dela...mas talvez eu permita que ela fique um pouco mais, por mais uns poucos dias...afinal, ao longo destes anos me tornei muito mais resistente e até o cansaço total demora um pouco mais para chegar! Entao o segredinho é - não deixe ela sentar...se acomodar...ou ela pode ficar por muito mais tempo que o desejado...

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